top of page

Etimologia



  • , Tai  significa "o maior", "o mais alto", "supremo", "absoluto".
  • , Chi  significa, original e literalmente, a parte mais alta do telhado - "cume-eira". Também energia 
  • , Chuan  significa Punho, aqui simbolizando "soco", "luta à mãos livres" (desarmadas), "boxe"
  • Arte Marcial da Suprema Energia

Os cinco estilos de Tajiquan mais populares por ordem cronológica:

  •  

  • Tai chi chuan estilo Chen (陳氏)

  • Tai chi chuan estilo Yang (楊氏)

  • Tai chi chuan estilo Wu/Hao (武氏)

  • Tai chi chuan estilo Wu (吳氏)

  • Tai chi chuan estilo Sun (孫氏)

SIGNIFICADO DE TAICHI

De forma simplificada, podemos explicar o significado das palavras Tai Chi da seguinte maneira:

Tai É algo grandioso, de tal forma que é impossível descrever a
sua grandiosidade.

Chi O mais alto, supremo, energia.

No I CHING, o Livro das Mutações, está escrito que, antes da
separação do céu e da terra, havia uma energia original que continha o Yin e o Yang, os dois elementos básicos do Universo. Tai Chi é o Yin e o Yang juntos, o Yin é o repouso e o Yang o movimento, e estes dois elementos interagem continuamente no Universo, regendo o nascimento, a morte e a mutação dos seres vivos.

O Tai Chi Chuan é baseado neste princípio. Seus movimentos levam à interação do Yin e Yang, fazendo circular a nossa energia e renovando os elementos do nosso corpo; desta forma o Tai Chi Chuan evita o envelhecimento, o que explica o aspecto jovial dos seus praticantes.

Estes movimentos interiores  manifestam-se nos movimentos exteriores, onde existe uma coordenação harmoniosa do Yin e do Yang das mãos, com o sólido e o vazio dos pés. E todos os movimentos são regidos pela movimentação da energia do Tan Tien (baixo ventre), esta se expande propagando-se para as mãos e os pés, e se recolhe retornando ao Tan Tien. A expansão da energia é a expiração do Tan Tien, e esta expansão do baixo ventre é o movimento de natureza Yang. O recolhimento da energia é a inspiração do Tan Tien, contração do baixo ventre (abdômen), é o repouso de natureza Yin. 

Desta forma, a força muscular, dissociada do corpo total, é
substituída por esta força integral originada dessa constante expansão e recolhimento da energia.

MESTRE HU HSIN CHAN

 As treze posturas fundamentais do Mestre Chang San-Feng





A primeira forma de Taijiquan tinha apenas  treze posturas fundamentais (shi san shi 十三势). Estas posturas/movimentos eram o resultado da soma dos "oito trigramas" do I Ching mais os "cinco elementos"(wuxing)
São conhecidas como as oito portas  ou direcções e os cinco passos
(八門 五步), em chinês são denominadas: P´eng, Lu, Ji, An, Cai, Lieh, Zhou, k´ao, Huo, Shuei, MU, Chin e T´tu​.

As oito portas (bā mén)  associam-se às oito posições representadas pelos oito trigramas do pa kua (py bā guà 八卦), elementos básicos na constituição do I Ching (Yijing 易经 ). As oito Portas e as suas posições representam o princípio do yin e do yang e a inversão das posições  Estão sempre girando num ciclo contínuo. É indispensável compreender os quatro lados do quadrado e as quatro esquinas. Combinando as técnicas das quatro esquinas e quatro lados, obtemos os trigramas das direcções e das posições.

Os quatro lados (si zheng 四正)

P´eng 掤 (bloquear, aparar)   履 (desviar, girar para trás)    擠 (fazer pressão)   Àn 按 (empurrar)



As quatro esquinas (si yu 四隅) 

Cǎi 採 ( desviar/puxar para baixo)   Lieh 挒 (partir)   Zhǒu 肘 (golpe de cotovelo)   K`ao 靠 (golpe de ombro)



Os cinco passos (Wǔ bù) 五步 ou os Cinco Elementos cósmicos (五行 py wǔ xíng) que fundamentam a medicina tradicional chinesa: madeira, fogo, terra, metal e água (木, 火, 土, 金, 水).   

Huo 進步 (avançar- fogo)   Shuei 退步 (recuar -água)   MU 左顧 (olhar à esquerda -madeira)   Chin 右盼 (olhar à direita- metal)   T´tu 中定 (equilíbrio central - terra)



Os "passos" correspondem aos "5 elementos" e dão-nos o controlo das "oito direcções".

Os oito trigramas das "portas" são para os pés e os "cinco elementos" para as mão.

Por isso as treze posturas originais do Taijiquan são chamadas de " as oito portas e os cinco passos".

Juntos constituem as treze posturas do Taijiquan.

  • Conforme Yang Chengfu, os Dez princípios fundamentais são:
  • 

    Suspender a cabeça pelo topo com leveza e sensibilidade (xu ling ding jin)

  • Esvaziar o peito (han xiong) e alongar as costas (ba bei)​

  • Relaxar a cintura (song yao)

  • Distinguir entre o cheio e o vazio (fen xu shi)

  • Relaxar os ombros (Chen Jian) e soltar os cotovelos (zhui zhou)

  • Usar a mente e não a força muscular (yong yi bu yong li)

  • Interligar os movimentos da parte superior e inferior do corpo (shang xia xiang sui)

  • Unir o interior e o exterior (nei wai xiang he)

  • Mover-se com continuidade, sem rupturas (xiang lian bu duan)

  • Buscar a quietude dentro do movimento (dong zhong qiu jing)

  • "A forma é como um falcão pronto para pegar um coelho, e o shen (espírito) é como o de um gato pronto para agarrar o rato."

    Exposição de esclarecimentos sobre a prática das treze posturas". Wu Yu-hsiang

  •  


 

​                                                                                                

                                                          

                                                        Ninguém consegue ver seu reflexo na água corrente. É somente em águas tranquilas que conseguimos ver.

 

"Quando o qi pode retornar de todo o corpo para o dantian, então o qi pode fluir do dantian para todo o corpo. Isto é pengjin"

Chen Xiao Wang

A CHAVE DOS CINCO CARACTERES
Por Li I-yu 


XIN (xin1) - Mantém tranqüilo o coração (mente emocional, consciência). Se está inquieto, não haverá concentração e a execução de qualquer movimento estará vazio de conteúdo, sem propósito. Portanto, é necessário manter-se tranqüilo. Inicialmente, a pessoa não é capaz de dirigir o movimento com o coração (Xin) e deve dedicar-se a sentir e conhecer o movimento do adversário. Segue seus movimentos (como um eco), absorve com um movimento circular e depois avança. Não perca o contato, não resista a ele, não avance ou retroceda por si mesmo. Se o oponente atua com potência (Li) empregue-a também, mas antecipe-se a ele. Se não a emprega, tampouco a empregue, mas antecipe-se sempre a ele com a intenção (Yi). Deve-se estar atento a qualquer movimento. Em qualquer lugar onde exista contato, deve-se estar atento para seguir e não resistir. Se fizer isso, no final de 6 meses ou de um ano, o corpo será capaz de aplicar isso. Tudo consiste em trabalhar com a intenção (Yi - intenção/pensamento) em lugar de fazê-lo com a energia (Jin). Caso se pratique durante muito, muito tempo, o estudante será capaz de controlar o seu oponente e o oponente não poderá controlá-lo. 


SHEN (shen1) - Mantém ágil o corpo. Se te bloqueias, te faltará liberdade para avançar e retroceder, deves ser ágil. Uma vez que levante o braço, não poderá permanecer rígido. Enquanto a força do adversário toca os pelos do seu braço, seu Yi (intenção) deverá se fundir com os ossos. As mãos formam um escudo e o Qi se enrosca ao redor do corpo unindo a estrutura. Se nos empurram com a esquerda, esvaziamos a esquerda. Se nos empurram a direita, esvaziamos a direita e enchemos a esquerda. O Qi é como uma roda de um carro (sua força reside no equilíbrio do seu eixo). Cada parte do corpo deve estar coordenada. Se há alguma parte que não esteja coordenada então o corpo está disperso e desestruturado e não pode acumular potência. Se existe esse defeito, deve-se prestar atenção às pernas e à cintura. Primeiro utilizando o coração (Xin) para dirigir o corpo. Seguindo o adversário e não atuando à vontade, então o corpo poderá seguir o coração (Xin). Pode-se seguir com a própria vontade, ou seguir o adversário. Caso siga sua própria vontade, esta lhe bloqueará. Caso siga ao adversário, se sentirá vivo. Se for capaz de seguir o adversário, então distinguirá em suas mãos centímetros e milímetros. Medindo-se a energia do adversário, grande ou pequena, então dispor-se-á de centímetros ou milímetros sem erros. Medindo-se o movimento, largo ou curto, então não será cometido erro algum, nem por um pelo. Mais adiante, deve-se ficar atrás somente permanecendo unido ao adversário. Quanto mais o estudar, mais apurada será a técnica obtida. 


QI (qi4) - Condensando a respiração. Quando o Qi está disperso, não se pode armazená-lo e o corpo se desestrutura com facilidade. Para condensar o Qi nos ossos, a exalação e a inalação deve fluir de forma ágil, porém com suavidade. Não deve haver nenhum vazio em nenhuma parte do corpo onde essa respiração não chegue. Inalar é armazenar e exalar é emitir. A inalação eleva de forma natural (o Espírito da Vitalidade). Assim pode-se levantar (desenraizar, controlar) o adversário. Quando exalar, então pode o seu Qi assentar-se de forma natural. Também pode se liberar Jin (energia) ao adversário. Isto significa usar sua intenção (Yi) para mover seu Qi, e não usar a força (Li). 


JIN (jin4) - Mantém unida a energia. Quando se exercita a energia (Jin) do corpo todo, este se converte numa família (forma um todo). Distingue com claridade, substancial e insubstancial. Ao emitir a energia (Jin), esta deve ter uma raiz e uma origem. A energia (Jin) tem sua raiz nos pés, controla-se na cintura, sai da espinha dorsal pelas costas (Jiaji - omoplatas) e se expressa nos dedos. Deve-se elevar o Espírito de Vitalidade. Justo quando o adversário está a ponto de emitir a sua energia (Jin) mas ainda não o fez, minha energia (Jin) é capaz de percebê-la. Exatamente nesse instante, nem antes, nem depois. É similar à forma como a pele percebe o fogo. Como uma mola que salta do solo. Para diante, para trás, não há a mínima confusão. Busca a reta dentro do círculo. Armazene e depois emita. Fazendo isso, estará o estudante em posição de seguir as mãos do adversário e reagir de forma efetiva. Isto é empregar a força (Li) do adversário para golpeá-lo e usar quatro onças para repelir mil libras. 


SHEN (shen2) - Concentra o Espírito. No final, depois de desenvolver as quatro condições anteriores, pode-se concentrar o espírito (Shen). Quando se condensa o espírito, então o Qi forma um todo, como um tambor. Treinando o Qi desenvolvemos o Shen e o Qi emana agitado de forma abundante e com suavidade (como a água num manancial). O Espírito de Vitalidade se estica e se concentra. Abrir e fechar possui números (graus de refinamento). Insubstancial e substancial se distinguem com clareza; se a esquerda é insubstancial, então a direita é substancial. Insubstancial não significa que não exista nada de força (Li). O Qi não aparece de forma instantânea, por arte da magia, mas emana agitado com suavidade. Deve-se prestar atenção ao Espírito de Vitalidade; estirá-lo e concentrá-lo. A força (Li) pode ser tomada emprestada do adversário. O Qi é emitido a partir da coluna. Como pode o Qi vir da coluna? O Qi descende desde os ombros, condensando-se nos ossos da coluna armazenando-se na cintura (Tan Tien). Esta circulação do Qi de cima para baixo denomina-se Encerrar. A partir da cintura se manifesta através dos ombros e se expressa nos dedos. Esta circulação do Qi, de baixo para cima, se denomina Abrir. Encerrar é guardar, e Abrir significa soltar. Se o estudante é capaz de compreender o Abrir e o Encerrar, então compreenderá o Yin e o Yang. Quando compreender estes passos, então se pratica um dia, sua técnica se refinará um dia, e de forma gradual se aproximará a um ponto em que saberá como conseguir o que deseja. 

Esta versão é baseada na tradução publicada pelo Dr. Yang, Jwing-Ming em 'Tai Chi Secrets of the Wu & Li Styles'. Também se consultou o 'The Tao of Tai-Chi Chuan de Jong, Tsung Hwa, o T´ai Chi Ch´uan Ta Wen de Chen Wei-Ming' traduzido por Benjamin Cartmell e 'Taiji Quan Arte Marcial, Técnica da Vida Longa de Catherine Despeux. 

© Manuel Joseph - Barcelona, Octubre de 2004

"A partir do menor movimento, todo o corpo deve estar leve e ágil, com todas as partes ligadas." Durante a prática do Tai Chi Chuan você deve se esforçar para conseguir movimentar-se coordenadamente com o corpo inteiro, constituindo uma unidade completa. O Tai Chi foi criado como um sistema baseado em princípios universais de equilíbrio e harmonia. O universo movimenta-se e exerce sua influência de maneira coordenada e unificada, portanto devemos praticar com a intenção de criar um mini universo dentro de nós."

Chan San Feng

Nei jia quan - Arte Marcial Interna

A arte marcial em sua plena manifestação não é puramente interna nem puramente externa. Uma arte marcial completa, e somente tal arte, que é útil a servir como um Caminho através da vida, tem aspectos tanto internos quanto externos.

O Taijiquan é normalmente preocupado com o desenvolvimento das assim chamadas energias internas, as quais, na aplicação marcial se manifestam como força. Uma formula frequentemente enfatizada é que esta energia interna deveria ser usada em vez do poder muscular, e que não se deveria opor à força do oponente, a sua própria força, mas ao invés, ceder (“vencendo dureza com suavidade”, Yi rou Ke Gang). 

Mestre Jan Silberstorff

No Taijiquan, entre a brandura e o rigor dos movimentos, o treino relaxado (song) guia o praticante para a suavidade (rou); desenvolve-se então a dureza (gang), altamente concentrada e focalizada num único ponto, emitida de forma rápida e espontânea (fajing); no extremo da dureza, a suavidade ganha novamente espaço, completando-se uma vez mais o ciclo, desta vez entre suave e duro, um dos aspectos mais marcantes e interessantes do Chen Taijiquan, que mais que nenhum outro, cristaliza na prática estes conceitos que lhe dão substância.

 

Os Três Cérebros



​Os antigos mestres chineses acreditavam que nosso corpo é dotado de três “cérebros”. Na nossa vida coatidiana, eles estão sempre interagindo, se conectando e distribuindo a energia gerada. Quando usamos nosso lado racional, predomina o cérebro do crânio. Quando, por exemplo, criamos um poema e usamos a intuição, predomina o cérebro do coração. Quando sentimos desejo e satisfazemos nossas necessidades com o mundo, usamos o cérebro abdominal”.

Quando esses três “cérebros” se unem, alcança-se o que os alquimistas chamam de Mente Yi. Significa força mental, intenção, percepção, concentração. Somente através dela podemos criar o intento, o poder da intenção, que gera as realidades externas que podem nos libertar do que chamamos de destino.

Estamos todos em busca de melhorar à medida que aprendemos - mesmo Chen Xiaowang diz que está constantemente a examinar e aperfeiçoar sua prática. Alguns anos atrás, outro grande mestre contemporâneo de Chen Taijiquan, Zhu Tiancai, ficou em nossa casa por cerca de um mês, durante sua primeira visita à Europa. Uma das coisas que ele nos incentivou a fazer foi assistir a filmes de conhecidos praticantes da arte, para ver se conseguimos detectar qualquer erro na sua prática. Ele explicou que, mesmo que a habilidade de um mestre seja maior do que a sua, quando você pode apontar um erro, então você compreendeu algo importante e pode começar a trabalhar sobre este aspecto dentro de sua própria prática. Se o erro está lá e você não pode vê-lo, isso é indicativo de seu próprio nível de compreensão. Além disso, só porque você viu algum desvio não significa que você pode fazer melhor, ou que o nível de habilidade geral do praticante analisado não seja soberba. Aqui não estamos falando sobre as diferenças de coreografia, mas em desvios de princípios do núcleo do Chen Taijiquan. Algumas pessoas nunca passam da posição de ver todos os praticantes famosos como perfeitos e qualquer sugestão de que eles poderiam cometer erros é vista como quase um sacrilégio. Até mesmo profissionais altamente qualificados têm desvios dentro de suas formas. Sua capacidade de detectar estes é indicativo do seu próprio nível de compreensão. Tomar motivação das habilidades fantásticas dos professores famosos é excelente, mas faça-o com os olhos abertos!

David Gaffney - Professor de Chen Taijiquan na Inglaterra.

CLÁSSICOS DO TAIJIQUAN

 

Os "Clássicos do Taijiquan" são textos antigos que orientam os praticantes. Na verdade trata-se de trechos significantes extraídos do livro "Clássicos do Taichi" de Waysun liao, Editora Pensamento. O primeiro deles é o "Tratado do Mestre Chang San-feng" (1.200 d.C.):

 

"Quando começas a mover-te, o corpo inteiro deve estar leve e ágil. Cada parte do corpo deve estar ligada a todas as outras partes."

 

"A energia interna deve ser dilatada, vibrada como o bater de um tambor. o espírito deve estar consensado no centro do teu corpo."

 

"Quando executas o Taichi, ele deve ser perfeito; não permitas que tenha defeitos. a forma deve ser suave, sem irregularidades; deve ser contínua, sem interrupções."

 

"A energia interna, o chi, tem suas raízes nos pés, cresce nas pernas, é controlada pelos quadris, sobe pelas costas e chega aos braços e às pontas dos dedos."

 

"Na transferência do chi dos pés aos quadris, o corpo deve operar como se todas as suas partes fossem uma só; isso permite que te movas livremente para a frente e para trás, com pleno contrrole do equilíbrio e da posição. Quando isto não é feito, perde-se o controle de todos o sistema corporal. A única solução para este problema é um estudo da postura da base."

 

"A aplicação destes princípios promove a fluidez do movimento de Tai Chi em qualquer direção: para a frente, para trás, para a direita e para a esquerda"

 

"Em tudo isto, deves dar preferência ao uso da mente para comandar teus movimentos, e não ao mero uso da musculatura externa. Deves obedecer também ao princípio dos opostos do Tai Chi: quando te moves para o alto, a mente deve ter consciência do baixo; quando te moves para a frente, a mente pensa também no movimento para trás;quando te deslocas para a esquerda, a mente ao mesmo tempo presta atenção ao lado direito - de modo que, quando a mente sobe, ela também desce."

Chan Si Gong (纏絲功)

O nome é uma metáfora, os gestos realizados nesta prática remetem ao ato de rebobinar o fio de seda de um casulo de bicho-da-seda que nunca termina.

A fim de prolongar a seda com sucesso a ação deve ser suave e firme, sem mudanças bruscas de sentido.

Demasiado rápido, o fio de seda se rompe, demasiado lento, gruda e se embaraça.

Enrolar o fio de seda é uma atividade artesanal ainda realizada na China atual.

Assim, os movimentos de enrolar o fio de seda seguem padrões contínuos, cíclicos, executados em velocidade constante com o toque leve adotado ao extrair o fio de seda do casulo.

Além dos benefícios para a saúde, o foco desta prática está no fortalecimento e no treino da coordenação do corpo inteiro (neijin), e no alinhamento e sedimentação do corpo.

São fundamentos da forma do Tai Chi Chuan estilo Chen e dos exercícios de “empurrar as mãos” (Tui Shou), praticados a dois.

CULTIVANDO NOVAS HABILIDADES NO TAICHI

 

Traduzido do sítio http://www.chentaiji.com/articles/coremethods.html.

 

O seguinte artigo é baseado em informação de uma entrevista com Yang Yang na Tai Chi Magazine, e material de Yang Yang e Bruce Ching, um estilista Chen em Ann Arbor (Michigan), que também conduziu uma extensa entrevista com Yang Yang. Por Smalheiser.Originalmente publicado na edição de fevereiro/1995 da Revista Tai Chi."Vendo Yang Yang executar o estilo Chen ou sentir a forma como ele traz para fora sua energia interna tornaria difícil acreditar que ele nasceu com um defeito no coração que fez um médico afirmar que ele provavelmente não viveria muito. Nem você pensaria que, aos 34, ele seria paciente o bastante em sua abordagem para desenvolver habilidades mais elevadas de Tai Chi Chuan tais que ele consideraria a meditação em pé Wuji, uma das pedras angulares da prática para desenvolver a verdadeira energia interna do Taichi.Um advogado e um aprendiz do famoso estilista Chen Feng Zhiqiang em Pequim, Yang Yang (seu nome de família e primeiro nome são ambos Yang) acredita que sua prática do estilo Chen, começando aos 12 anos, curou seu coração. Ele também acredita que isto o habilitou a ser aprovado com sucesso no exame físico exigido na China para atingir estudos universitários.Yang, que agora está matriculado na Universidade de Illinois, em um programa de graduação em Economia, sente que o “virtualmente ilimitado” poder da força interna deveria ser construído nos fundamentos da forma, tui shou e meditação wuji.Trabalhando estes três métodos, ele disse, um praticante irá gradualmente desenvolver e entender o TAICHI interno, ou força “suave”, que é tão freqüentemente incompreendida.Na verdade, o poder da força interna é virtualmente ilimitado e pode ser desenvolvido a muito mais altos níveis que a força bruta externa.Depois que os fundamentos da prática são estabelecidos após um período de tempo, ele disse, a “flor” da técnica pode ser adicionada.Tentar empregar técnica sem antes estabelecer uma sólida fundação não pode verdadeiramente ser considerado uma forma de arte. Este erro é normalmente cometido por iniciantes ávidos para atingir habilidade marcial.Yang disse que seu professor Feng Zhiqiang “desenvolveu sua força para um nível muito, muito alto. Sua força é sentida imediatamente quando praticando tui shou, e é muito grande e intimidadora. Para o oponente, esta suave força pode de fato ser excessivamente forte e penetrante. Talvez uma melhor descrição da força TaiChi seria “flexível” ou “elástica”, para contrastar com a rígida força externa.Yang disse que há um certo número de princípios que pessoas que procuram desenvolver a força do Tai Chi precisam entender e seguir e que foram delineados no livro de Feng em Chinês, “Entrando na porta do estilo Chen de Taijiquan”, publicado por Peoples Sports Publishing House, Beijing, 1992.O primeiro envolve a transferência de energia, que Yang disse envolver usar o coração, ou xin, para mover a energia interna e então usar a energia para mover o corpo.“Gradualmente, você pode transmutar essência (jing) em qi (ch’i), transmutar qi em espírito (shen), e então fazer o espírito mais leve. Quando o espírito está leve o bastante, você experienciará “ling”, o qual é o resultado final ou manifestação de um espírito ágil e leve.Exemplos de ling, disse ele, são quando você intuitivamente percebe uma situação ou quando seu corpo está tão leve e ágil que você adquire instantaneamente, reações instintivas durante o tui shou.Quando a força torna-se disponível, ele disse, os aspectos duro e macio devem ser colocados juntos corretamente.Tai Chi é a interação de Yin e Yang. Você deve ter ambos. Se você é muito suave em sua prática, você não poderá aumentar sua força interna. Similarmente, se você é muito duro, você não acumulará energia interna”Yang disse que é necessário estar atento para o suave e o duro tanto na forma quanto no tui shou.Na forma, você deveria ter a intenção do duro e a intenção do macio. Gradualmente, você não terá mais a intenção, mas atingirá o resultado. Neste nível, seu corpo irá ouvir a sua mente e você poderá explodir a energia em qualquer direção em qualquer tempo.No Tui shou, ele disse, também é importante ter tanto a energia dura, quanto a flexível. Gradualmente, a força entre você e seu parceiro deveria aumentar. É nesta hora que você terá aumentado firmemente a sua força interna, e começado a entender a força “aderente”.

ENTREVISTA COM O MESTRE WANG XI AN

 

O senhor pode nos dar alguma informação sobre o progresso no seu treino de artes marciais?

 

Eu comecei a estudar o Taijiquan Chen em 1963. Há duas subdivisões no Taijiquan Chen: o Antigo Sistema ou Estilo (Lao Jia) e o Novo Sistema ou Estilo (Xin Jia). Eu segui meu professor, Mestre Chen Jiao Pi, então eu estudei primeiro o Antigo Sistema ou Estilo de Taijiquan Chen, a Lao Jia. Meu professor morreu em 1973, então eu tomei outro Professor, o Mestre Chen Jiap Kiue, que viveu em Pequim e voltou para a vila de Chen, para ensinar o Novo Sistema ou Estilo, o Xin Jia, o qual me ensinou.Todos sabem que o Taijiquan é muito efetivo na melhora da saúde. Ele é efetivo como uma arte de auto-defesa?O Kung Fu chinês tem uma longa história. Ele tem sido transmitido de geração a geração porque ele é muito efetivo na melhora da sáude e como uma arte de auto-defesa. Kung Fu é uma Arte de Combate muito desenvolvida e muito efetiva. Taijiquan é uma arte do Kung Fu e ela tem precisamente os mesmos princípios. Antes da descoberta das armas de fogo, nós ainda mantemos o uso combativo da arte, mas damos mais ênfase na cultura e no desenvolvimento da saúde para aqueles que praticam.Hoje em dia, existem as assim chamadas "competições de formas e rotinas" de Taijiquan Chen, que nós frequentemente assistimos nos torneios e campeonatos - Há também as rotinas tradicionais da arte.

 

Qual é a diferença entre os resultados do treinamento em "competições" e em rotinas tradicionais?

 

As "rotinas de competição" do Taijiquan Chen, vêm das rotinas tradicionais do Antigo Sistema ou Estilo e do Novo Sistema ou Estilo. Quanto a seus resultados no setor da melhora da saúde e no setor da habilidade marcial e auto-defesa, as rotinas de competição não são tão efetivas como as rotinas tradicionais. Pelo motivo de as "rotinas de competição" terem sido exclusivamente criadas para torneios, todos os movimentos têm movimentos comuns estritos, de forma a facilitar o nível dos competidores nos vários torneios.Mas elas também podem fornecer certos resultados na melhora da saúde e no aprendizado da auto-defesa. As rotinas tradicionais em cada movimento incluem vários elementos para a melhora da saúde, desenvolvimento da habilidade marcial e auto-defesa.

 

Muitas pessoas dizem, é facil para alguém começar a estudar o Taijiquan, mas é dificil tornar-se bom nele. O Senhor pode nos quais são os pontos de dificuldade e a que deve-se prestar atenção para se tornar bom no Taijiquan?

 

Você não pode tornar-se bom no Taijiquan se você não tem um bom professor. Se você não tem um bom professor de Taijiquan, esta é a maior dificuldade. Exceto por isto, o praticante deveria prestar especial atenção ao relaxamento do corpo e à pacificação da mente, e a Energia de Repelir (Peng Jing). A Energia de Repelir (Peng Jing) é a primeiro das oito energias do Taijiquan. Se você não tem a energia de Repelir nos seus movimentos, todas as outras energias não podem ser produzidas. Muitas pessoas confundem a energia de repelir com rigidez, mas a Energia de Repelir é baseada no relaxamento e na flexibilidade. Todo o corpo deve estar relaxado, particularmente as juntas e os tendões. Um provérbio antigo de Taiji diz: "Através de um maior relaxamento, uma maior forçã é produzida". Quanto mais conseguimos relaxar o corpo e os músculos, melhor o Qi pode fluir no corpo. Se você puder fazer isto, você terá enegia inexaurível, energia que nunca acabará, e seu corpo tornar-se-á muito vivo e ágil. Este é um ponto dificil, porque, para chegar a este ponto não é necessário somente executar exercícios de Taijiquan. Você deve combinar os movimentos com uma mente calma, e concentrar na harmonização de todas as partes de seu corpo. Se você simplesmente observa os movimentos você se torna inflexível. Isto é o que nós chamamos de Jian Jing Força Inflexível. Apesar de você não poder se mover confortavelmente e você se cansar facilmente, você perderá seu equilíbrio facilmente e seu Qi não circulará.Por outro lado, a Jian Jing é produzida pelo uso dos músculos e ossos durante o movimento. Falando genericamente, os pontos de dificuldade para os praticantes do Taijiquan entenderem são as diferenças entre suavidade e brutalidade, entre poder e tensão. Esta é a dificuldade. Se você puder observar e entender estas coisas você não tomará o caminho errado, você não ficará rodando e rodando e não gastará seu tempo a toa. Também você deve ter cuidado para fazer os movimentos de Taijiquan corretamente e combinar as "Oito Harmonias" (olhos, mãos, passo, corpo, técnica, respiração, força e concentração) em todo movimento. Também você deve usar os movimentos circulares e curvos e evitar movimentos diretos e retos.

 

Muitas pessoas dizem que o Taiji vem da Vila de Chen. Isto é verdade?

 

Sim, é verdade. Algumas pessoas dizem que o Taijiquan foi criado por um monge Taoísta, Chan San Feng. Não há evidência gravada sobre isso, então esta história não pode ser provada. Mas na Vila de Chen nós temos registros gravados da história do Taijiquan, de seu começo até hoje. Ademias dos arquivos da Província é evidente que aqui é onde o Taijiquan foi criado. De acordo com os arquivos da família Chen, Chang Pu sabia os 108 movimentos de Tong Bei Chang Quan. Depois desta rotina ter sido passada para Chen Wan Ting, da 9ª Geração. Ele usou esta rotina em combinação com exercícios respiratórios ou Qi Kung, sem técnicas de outros sistemas de Kung Fu, com os princípios dos meridianos de Medicina Chinesa, o princípio de Yin Yang e a combinação do Duro e do Macio. Ele criou o estilo Chen de Taijiquan na Vila de Chen. Nós temos arquivos completos que provam isto.O Antigo Sistema ou Velho Estilo (Lao Jia), do Taijiquan Chen, inclui as rotinas de mão vazia mais antigas do sistema Chen. O antigo sistema requer o uso dessas rotinas para desenvolver sua energia interna ( Wuan Qi. Alé disso alguns movimentos devem ser lentos, alguns outros devem ser rápidos, mas deve haver harmonia entre o lento e o rápido. Ademais, nós usamos este sistemas para treinar nosso corpo para se tornar macio, elástico e flexível, sem stress ou rigidez. O treinamento no Antigo Sistema também demanda que a energia flua no corpo suave e livremente, e os movimentos sejam largos e abertos. Os movimentos devem ser ao mesmo tempo suaves, fluidos e continuos e a produção de poder deve se originar das pernas para os ombros, mãos e dedos. Durante a prática nós devemos usar nossa mente (Yi Lim) em nosso corpo. O antigo sistema é o cerne do Taijiquan Chen.O novo sistema ou Estilo (Hsin Jia) de Taijiquan Chen tem as mesmas demandas que o Antigo Sistema, mas usa movimentos mais rápidos e explosivos com mais saltos e arrancadas e dá mais ênfase nos movimentos de força espiral que é chamada "Energia de enrolar/desenrolar a Seda" (Chan Si Jing). Ademais, os movimentos do Novo Sistema incluem mais mudanças de direção e velocidade, mais manobras e movimentos mais rápidos, que são mais dinâmicos. As rotinas do Novo Sistema são mais apropriadas para pessoas joves e ativas.Nós podemos dizer que o Antigo Sistema (Lao Jia) é para aumentar a energia, elasticidade e relaxamento, e o Novo Sistema (Hsin Jia) é para usar estas habilidades na aplicação de luta. No começo de nosso treinamento no Taijiquan Chen nós devemos começar com o Antigo Sistema, colocando, pois, fortes fundamentos para o futuro desenvolvimento neste estilo.

 

O que o Senhor considera ser um bom aluno?

 

Ele deve ter um bom caráter, praticar muito seriamente, para desenvolver a Arte, ser um bom cidadão e boa pessoa. Ele deve usar o Taijiquan para melhorar sua saúde, força interna, e espirito correto. Ele deve ter paciência, persistência e desejo forte. Ele deve progredir passo-a-passo e tentar incorporar os princípios fundamentais e ensinamentos do Taijiquan em sua prática, e também estudar e entendê-los mentalmente.Um bom estudante de Taijiquan Chen deve ter auto-disciplina e devoção, auto-confiança e auto-estima. Ele deve sempre procurar mais progresso, melhoria e conhecimento, independentemente de quão bom ou bem-sucedido ele seja.Que conselho o Senhor daria aos novos estudantes do Taijiquan?Primeiro de tudo, não se apresse para aprender um monte de coisas. Progrida passo-a-passo e tenha paciência. Segundo, aprenda tudo correta e profundamente. Aprenda cada movimento muito bem antes de ir para o próximo. Também eles têm que continuar sua prática sistemática e seriamente, e não atabalhoadamente e sem interrupções. Eles têm que melhorar a moralidade e integridade de seus caráteres, para se tornarem mais equilibradas como pessoas, com sentimentos mais equilibrados e com mente mais equilibrada, para entender melhor e mais profundamente os princípios do Taijiquan. Quando seu coração e mente estão equilibrados e em hamornia, seu corpo também estará equilibrado e harmonioso. Então você progredirá fácil e profundamente para os níveis mais avançados de Taijiquan.

 

FONTE: http://www.taijibagua.net/taiji

O Mestre Wang Xi'an é um dos sucessores da atual 19ª geração do Taichichuan estilo Chen e um dos "Quatro Guerreiros de Budha" de Chenjiagou (Vila de Chen).

 

Chansi gong

 

A energia do desenrolar o fio de seda do Taichichuan da família Chen é o conceito chave segundo o qual a energia espiralizada que vem do dantian (丹田: dāntián) penetra através do corpo inteiro.

 

Quando o dantian roda, todas as subjacentes juntas e músculos seguem a direção do dantian. De um movimento do dantian, a Energia do Desenrolar do Fio da Seda vai penetrar através dos quadris, joelhos, tornozelos, cintura, costas, ombros, cotovelos, pulsos e pontas dos dedos (節節貫串: jiéjié guànchuàn).

Desta forma, um praticante pode circular o Qi (氣: qì, energy) através de todo o corp e afundar a energia dentro da área do dantian. Eventualmente, um praticante pode aprender a hamonizar a energia entre o corpo e a mente através da estimulação dos caminhos energéticos dos meridianos.

Após os exercícios básicos do Desenrolar do Fio da Seda, a forma mãe de todos os estilos de Taijiquan, a Primeira Estrada da Velha Forma, instila profundo conhecimento das várias expressões das Posturas da Energia do Desenrolar do Fio da Seda. Se a prática básica do Desenrolar do Fio da Seda não é profunda, a prática da Velha Forma não pode aproveitar a todos os requisitos do Taijiquan.

 

Chen Bing Academy

COMO DEVEMOS PRATICAR TAICHICHUAN

Em primeiro lugar, temos que abordar o ponto principal. Milhares de diferentes métodos podem ser condensados como um só método. Nós não vamos começar a partir de milhares de métodos. Embora as formas de Taijiquan possam variar de mil maneiras, existe apenas uma regra sistemática de movimento. O movimento deve originar-se e ser dirigido pelo Dan-Tian, o núcleo central do corpo.

O Dan-Tian, localizado três dedos abaixo do umbigo (os três dedos devem ser perpendiculares ao chão quando se está em pé), é aproximadamente o núcleo, o centro do corpo. Ao utilizar este local como o centro, apoiado por todas as partes do corpo, em seguida, pode-se criar esse núcleo central. Por exemplo, o centro vai se deslocar para outros lugares no corpo quando nos inclinarmos para trás com a nossa articulação do quadril. O centro vai ser influenciado quando os ombros são apertados.

Ao relaxar os ombros, afundando-se os cotovelos, deixando o peito se tornar côncavo, relaxando a cintura, abrindo a virilha, dobrando os joelhos, abrindo a virilha e enfatizando a sua circularidade, todos os requisitos acima são necessários para que todas as partes do corpo apoiem-se no Dan-Tian. Isto é para garantir que o Dan-Tian seja o centro do corpo, o núcleo, e para estabelecer claramente este centro. O centro será influenciado se houver apenas uma posição desviada em todo o corpo.

O núcleo central do Dan-Tian será estabelecida quando cada parte do corpo esteja em uma posição alinhada com precisão. O Dan-Tian tem a capacidade de ligar o corpo inteiro em conjunto numa forma unificada. A relação entre o Dian-Tian e o corpo compensam-se mutuamente. Quando cada parte do corpo está na posição correta, o centro é formado. Em seguida, o núcleo central pode dirigir o movimento de todo o corpo.

Usando o Dan-Tian como o centro do núcleo do corpo, se qualquer peça se move, todo o corpo se move em conjunto. Este é o movimento do corpo todo unificado. Todas as articulações se conectam a todas as outras articulações por todo o corpo. Junta por junta conectam todo o corpo com um fluxo de energia Qi. Esta é a uma regra sistemática do movimento.

Trechos retirados do livro "The Central Core of Taijiquan", de autoria do Grão-Mestre Chen Xiao Wang.

Tratado de Tai Chi Chuan - de Li Yi Yu - Príncipios para Executar a Forma e as Técnicas Marciais
 

"Diziam os antigos mestres: se pudermos atrair, fazer avançar o adversário e fazer cair a sua força no vazio, quatro onças podem valer mais do que mil libras. Caso contrário, quatro onças não podem valer mais do que mil libras. Essas palavras têm um sentido mais profundo. Mas como os principiantes ainda não compreendem o príncipio, acrescentarei algumas explicações, a fim de que os desejosos de desvendar os segredos dessa técnica adquiram uma boa base e possam, a cada dia, progredir e obter o resultado desejado.
Afim de atrair o adversário e fazer-lhe cair a força no vazio, a fim de que quatro onças valham mais do que mil libras, precisamos, primeiro, conhecer-nos a nós mesmos e conhecer o adversário. Para isso, esqueçamo-nos de nós e sigamos o outro. Para nos esquecermos de nós e seguir o outro, convém encontrar, antes de tudo, uma ocasião propícia no desenrolar dos movimentos. Para isso, o corpo deve formar um todo. Para que o corpo forme um todo, cumpre que ele seja inteiramente sem falha. Para que ele seja sem falha, é necessário, primeiro, estimular o sopro e a energia espiritual. Afim de consegui-lo, comecemos pondo em movimento a força vital e não deixemos que a energia espiritual se disperse no exterior. A energia espiritual não se dispensará no exterior se o sopro e a energia espiritual, reunidos, penetrarem os ossos. Para que isso aconteça, é preciso primeiro que as articulações anteriores dos braços tenham força, que os ombros estejam relaxados e que o sopro se concentre embaixo. A energia parte dos calcanhares, transforma-se e passa para as pernas, reúne-se no peito, circunda os ombros, é comandada pela cintura; em cima, liga os ombros, embaixo, segue as pernas; transforma-se no interior. Acumular é fechar; soltar é abrir.
No repouso, não há nada que não esteja em repouso. O repouso é fechamento, mas o fechamento já subentende a abertura. No movimento, não há nada que não esteja em movimento. O movimento é abertura, mas a abertura já subentende o fechamento. Se tivermos conciência disso, poderemos mover-nos à vontade em movimento circulares. Nenhum lugar do corpo deixará de obter a força. Só então poderemos atrair o adversário e fazer lhe cair a força no vazio, e quatro onças valerão mais do mil libras. O adestramento cotidiano no encadeamento dos movimentos é um exercício por si mesmo. Desde a execução do movimento, convém perguntar-nos a nós mesmos se o corpo se desloca de acordo com os príncipios acima enunciados. À menor falta de harmonia, devemos corrigir-nos prontamente, e é por essa razão que o encadeamento se executa lenta e não rapidamente. O treinamento a dois nos serve para conhecer o outro. Seja em movimento, seja em repouso, procuremos conhecê-lo, ao mesmo tempo que nos perguntamos se é justa a nossa atitude. Desde que o adversário se nos oponha, não façamos o mínimo movimento, mas aproveitemos o vazio que ele cria a fim de aí penetrar, utilizar-lhe a força para fazê-lo cair por si mesmo. Se em certos lugares não obtivermos a força, a razão é porque ainda não corrigimos o defeito que consiste em repartir em duas partes iguais o peso do corpo. Busquemos o remédio no seio (da alternância) do Yin e do Yang, da abertura e do fechamento. Diz que aquele que se conhece a si mesmo e conhece o adversário alcança cem vitórias em cem combates".

Três níveis do Zhang Zuang Gong

"O princípio mais importante no estilo Chen de Taijiquan é a postura, a posição - ficar de pé (Zhan Zhuang) é a primeira forma. Ela prepara o corpo para a prática de Taijiquan. Antes de você poder dirigir um carro, você tem que ajustar os espelhos, assentos, fivelas etc. Isto é parecido. Pense no dantian como o centro. O corpo deve ser equilibrado, a mente aquietada e pacificada, energia fluir em todo lugar através do corpo. O ponto chave é que o corpo está conectado, o Qi está fluindo e se comunicando com o resto do corpo"

 

Chen Xiao Wang

ARMAS NO TAICHICHUAN ESTILO CHEN - 武器 - WEAPONS

 

O Taichichuan, como a maioria das artes marciais chinesas, tem uma grande variedade de armas, e para um iniciante, elas podem ser bem complicadas. O Estilo Chen tem espada e espada dupla, sabre simples, duplo e Kuan Dao, lança, bastão, bastão longo e bastões seccionados. O bastão, conhecido como o Bastão do Macaco Branco, não tem uma sequencia de prática própria, uma vez que todas as técnicas estão incluídas na sequencia prática da lança. As atuais sequências de prática são:

 

• Espada Simples (Dan Jian)
• Sabre Simples (Dan Dao)
• Lança da Flor de Pêra - Bastão do Macaco Branco (Li Hua Qiang – Bai Yuan Gun)
• Sabre longo da Primavera e Outono ( Chun Qiu Dadao/Guandao)
• Espada Dupla (Shuan Jian)
• Sabre Duplo (Shuang Dao)
• Gancho Duplo (Shuang Gou)
• Maça Dupla (Shuang Jian)
• 13 bastões longos (Shi San Gan)
• Bastões seccionados Duplos (Saozi Gan)

 

Há basicamente dois tipos de armas, aquelas que um civil usaria para se defender, a sua família ou sua propriedade, e aquelas que um soldado usaria para lutar em Guerras. A espada, sabre, lança e Kuan Dao são exemplos de armas militares, enquanto o bastão e bastão longo estão mais para armas populares. O Taichi inclina-se mais para as armas militares.

A espada e o sabre são tipos de armas portáteis. Um oficial na antiga China carregaria uma espada similarmente a um oficial de hoje que carrega uma pistola. A espada, tendo fio duplo, é uma arma difícil de se dominar, e a maioria de nós acabaria ferindo um de nossos membros se a usássemos para valer. O sabre de outra forma, sendo uma arma de cortar e decepar, é mais fácil de usar e de usar e seria carregado pela maioria de seus soldados.

Fonte: http://www.chenvillage.com/what-weapons-do-they-practice-in-chen-village

SOBRE O ESTILO CHEN DE TAIJIQUAN (TAICHICHUAN)
Mestre Zhu Tian Cai 
Energia e Jingluo

Externamente aparenta ser suave como uma donzela, ainda que internamente forte como um escudeiro de guerreiro de Buda (Jin gang). Há inúmeras escolas e facções de artes marciais chinesas. Há várias centenas de estilos de pugilismo de mãos vazias isolados. Cada escola tem suas características próprias únicas, mas, resumidamente, elas podem ser separadas em escolas internas e externas.

Artes marciais externas enfatizam golpes com os punhos e os pés, com saltos e pulos, rápidas mudanças de lado, com manobras de ataque e defesa facilmente distinguidas. Com um único olhar, você pode dizer que é uma arte marcial.

O Taijiquan estilo Chen tem diferentes características especiais, ele usa a mentalização para guiar a energia e usa a energia para mover o corpo. Se a energia interna está tranqüila, então o corpo não se move e está quieto. A energia interna se move e o corpo a segue.

Ele usa a energia interna para dirigir o movimento da forma externa, com as partes superior e inferior do corpo conduzindo e seguindo uma a outra continuamente, sem paradas. Ele usa a cintura como um eixo, com movimentos delicados unidos e sucessivos, do início ao fim e internamente a cada movimento, sem rupturas ou resistências.

Seu corpo percorre o caminho suavemente e pára calmamente.

O significado do ataque e defesa das formas é mais oculto e não está mostrado na superfície. Isso frequentemente traz um conceito errôneo de que este estilo de pugilismo mais parece uma pescaria do que uma arte marcial.

Especialmente a primeira rotina do estilo da “velha estrutura” (lao jia) que é principalmente suave e exige que o corpo relaxe e não use força bruta. Treina principalmente o gong-fu das pernas, de modo a que os pés se tornem as raízes para que os quadris possam girar livremente e a circulação fluir sem impedimentos.

A prática traz a energia interna a um estágio de transbordamento. Quando seu pensamento chega neste patamar sua energia interna chega juntamente com ela ao objetivo. A postura é ereta, a posição dos pés, firme e estável (literalmente dando apoio às oito direções de ataque), fazendo com que ambas as partes interna e externa do corpo criem fortes linhas de defesa.

Há “cinco arcos” armados dentro de seu corpo que podem armazenar e liberar energia. Deste modo, você retêm antes de fazer contato com o oponente. Se o oponente é forte, então você pode abruptamente emite sua energia interna (pegando-o de surpresa), como um estrondo de trovão ou uma repentina rajada de vento. Entretanto, externaemnte, você parece ser suave como uma donzela, ainda que internamente, seja forte como um escudeiro de um guerreiro de Buda. Esta é a principal característica do estilo Chen do Taijiquan.

Um Movimento Interno de Energia num Caminho Circular, espiralado. Todo mundo tem visto pessoas quebrando tijolos com a cabeça e enrolando barras de ferro ao redor do pescoço. Este é como os praticantes que os praticantes do estilo “duro” do qigong movem sua energia interna. Eles movem sua energia interna até o topo da cabeça e esta pode justamente quebrar o tijolo em pedaços; movendo a energia interna pelo seu pescoço, eles podem justamente enrolar a barra de ferro em torno dele.

O estilo Chen do Taijiquan combina o estudo de dinâmica (força, energia, movimento e o relacionamento entre eles) com a teoria de “jingluo” das teorias da medicina tradicional chinesa (que defende que há canais de energia interna e canais colaterais dentro do corpo).

Ele faz uso de um método de espiralamento para mover a energia interna, usando uma pequena quantidade de força para dominar uma grande quantidade de força e usar uma força fraca para dominar uma força forte. Ele é apenas como um elevador que pode levantar um caminhão carregando várias toneladas de carga.

O já exposto Taijiquan muda para trás e para frente entre armazenar e liberar energia (xu fa xiang bian), conduzindo a energia do oponente inofensivamente a uma armadilha” (yin jing luo kong), “usando a própria força do oponente para atacá-lo de volta” (jie li da ren), e “usar cem gramas para desviar uma centena de quilos” (yi si liang bo qian jin), são todos os usos em que a energia espiral pode ser aplicada. Portanto, a teoria do pugilismo determina: “Causar uma surpresa ou conduzir o oponente, é apenas o giro de um círculo”.

Em respeito a teoria jingluo, ele indica o sistema circulatório para sangue e energia interna que preenche o corpo humano e se origina na cavidade abdominal e circula nos membros. Quando o sistema perde sua estase ou equilíbrio, então funções completas do sistema fogem da normalidade e as doenças surgem. Quando o sistema está em armonia, então o sangue e a energia interna circulam livremente a o corpo é, por maio disso, fortificado e a longevidade é alcançada.

Taijiquan, que é combinado com a teoria do jingluo, inclusive usa combate com mãos limpas com daoyin e tuna juntamente com elementos externos e internos. As posturas e os movimentos do pugilismo faz uso de um espiralamento, estilo do fio de seda (chansi), expandindo e contraindo, alternando movimentos. Ele tem a exigência: “usando o pensamento para guiar a energia interna, usando a energia interna para mover seu corpo” (yi yi dao qi, yi qi yun shen), e a “energia interna deve ser mobilizada (qi yi gu dang), se propagando por todo o seu corpo.”

A energia interna (nei qi) parte do ponto de acupuntura abaixo de seu umbigo (dantien), usa a cintura como seu centro, e penetra sucessivamente por todo o seu corpo, parte a parte. Ela gira levemente, e causa expansão e contração alternadas de seus dois rins. Pela rotação de sua cintura e do torneamento de sua cintura com movimentos circulares e simétricos, ela é liberada por todo o seu corpo.

Passando pelos canais ren e du [ os canais ren e du formam um circuito que começa no dantien, vai ao centro das costas (canal du), subindo ao topo da cabeça e descendo pela frente (canal ren), ao longo da linha central do corpo, retornando ao dantien – ou “pequeno circuito do paraíso”] ela move para cima com o movi mento de sua cintura e volta de seus braços e se move para baixo com a rotação de seus tornozelos e volta de seus joelhos. A energia interna assim atinge suas quatro extremidades e então retorna ao seu dantien (i.e. “grande círculo do paraíso”). Ela se move em arcos, torneando livremente e conectando, movimento a movimento o que vem antes com o que se segue, tudo como uma coisa só, resultando em uma circulação de energia interna e sangue. Este é o movimento de energia (energia interna circulante) que é diferente da aplicação de energia. Este método sistemático para movimentação de energia interna está de acordo com os princípios da teoria da medicina tradicional chinesa (jingluo) e raramente é visto em outros estilos de luta ou outras atividades atléticas.

bottom of page